Sempre que vejo a presidente
Dilma falando sinto que moro em um país diferente daquele ao qual ela esta se
referindo, e neste último depoimento sobre a redução das taxas de energia
elétrica (23/01) isso me ficou evidente novamente. Logo no início de seu pronunciamento
ela se vangloria de ser esta a primeira vez na história que ocorre um corte
deste na tarifa de energia no país, parece um velho bordão, e ainda complementa
não ser a primeira vez que seu governo trabalha para melhorar a vida do cidadão
com medidas para aumentar empregos, baixar juros, reduzir impostos, facilitando
empréstimos e aumentando o acesso aos pobres e a classe média à casa própria.
Ainda em seu discurso, Dilma se orgulha da estrutura que o Brasil desenvolveu
após o racionamento de 2004, Dilma exaltou a capacidade de produção de energia
de nosso país e nossos recursos naturais variados para produzir energia,
incluindo as fontes eólica e solar. Mesmo havendo tantas opções limpas o Brasil
escolheu investir nas usinas termelétrica que além de possuir alto custo de
produção é altamente poluente, nossas produções de energia eólica e solar são insignificantes,
portanto simplesmente não compreendo qual o orgulho que a presidente ostenta.
Bom, primeiramente, é preciso
lembrar que quando a presidente usa estes termos tem de se ter em mente o que
ela quer dizer, o que nem sempre é aquilo que as palavras dizem. O corte na
tarifa de energia elétrica realmente vai sair e os menos atentos irão
comemorar. Não que eu seja contra a redução na tarifa, até porque é justo, o
problema é que o governo dela parece um cobertor curto, cobre de um lado e
descobre do outro. Não entendeu? Eu explico, este desconto na tarifa de energia
será compensado por aumentos em outras áreas como combustíveis e alimentos, a
gasolina terá aumento de 5% e só o trigo em 2012 sofreu um aumento de cerca de
20%, só estes dois itens já anulam o desconto para o contribuinte, e no caso
das indústrias é muito parecido, já que em média o custo de produção industrial
no Brasil sofreu aumento de cerca de 30%, bem próximos aos 32% do desconto na
energia prometidos, gerando então uma política de maquiagem. Logo após o
pronunciamento, Dilma foi questionada por uma repórter sobre o aumento na
gasolina, a resposta dela foi que não falaria sobre aumento de gasolina, mas
somente sobre redução na tarifa de energia elétrica. Começo a crer que ela tem
a capacidade de criar mundos paralelos.
Não somente a capacidade de criá-los
como a capacidade de viver neles, por exemplo, quando ela diz reduzir impostos
ela se refere aos períodos de IPI reduzido para tentar aumentar o consumo e
aquecer o comércio, sem tomar medidas eficazes que desonerem os produtos na
fabricação, o que daria uma redução de impostos maior e fixa, não com prazo
como o IPI. A estrutura que ela diz que o Brasil tem investido estaria ajudando
muito os pobres nordestinos que sofrem com a seca se ela existisse, ou ainda as
péssimas condições da saúde no país, o risco iminente de uma pane dos
aeroportos na Copa e Olimpíadas, sem falar nas denúncias de super faturamento
em obras e governos. Os péssimos dados obtidos na educação ultimamente e os
maus resultados da economia deveria ao menos fazer cada brasileiro pensar de
onde vem tanto otimismo da presidente.
Não é disfarçando problemas,
ignorando as críticas e fugindo de explicações que o Brasil terá a tão aclamada
melhoria que Dilma tanto repete aos quatro cantos do país, mas não demonstra
buscar. O Brasil precisa de medidas enérgicas, sérias, fixas e rígidas e não de
ações paliativas que apenas parece resolver o problema. Espero que logo Dilma
saia de seu delírio e comece a olhar para a realidade do país, para assim poder
tomar medidas que tragam melhorias reais à toda população.
Nenhum comentário:
Postar um comentário