Acabou a pouco a sessão extraordinária na Câmara dos
Deputados Federais para eleger a comissão que irá analisar o pedido de
impeachment contra a presidente Dilma. Em uma sessão conturbada, em que possuíam
duas chapas que disputariam a comissão do impeachment, houve de tudo, até
quebra das cabines de votação. Mas a sessão ocorreu e a chapa liderada pela
oposição e deputados da base aliada descontentes, e isso é praticamente a
pavimentação do impeachment. Saiba como foi a sessão que definiu a comissão que
irá analisar o pedido de impeachment de Dilma Rousseff.
1º Ato – Chapa Branca VS Chapa dos Insurgentes
Quando Eduardo Cunha (PMDB) aceitou o pedido de impeachment
formulado pelo jurista Hélio Bicudo, fundador do PT, e outros juristas, se dava
início ao processo de abertura do rito do impeachment. E o primeiro passo seria
a indicação de uma comissão de 65 deputados que iriam analisar e apresentar um
parecer a respeito do pedido de impeachment. Cada partido teria então direito a
indicar deputados na proporção que possuem na casa. Começou então uma corrida
alucinante para montar a importante comissão. O governo buscou influenciar os
líderes dos partidos da base a indicar deputados mais amigáveis ao governo, mas
esta manobra provocou uma rápida reação da oposição e de parlamentares da base
aliada que não estão satisfeitos com o governo e queriam estar na comissão.
Como os líderes da base aliada passaram a indicar deputados claramente
favoráveis ao governo, os insatisfeitos e a oposição passaram a montar uma nova
comissão indicando deputados independentes dos líderes partidários. Após uma
reunião com os líderes partidários pautado em uma brecha encontrada no
regimento da Câmara, ficou definido que a decisão de qual comissão seria a que
debateria o pedido de impeachment seria do plenário da Câmara e aí se criou um
novo campo de batalha.
2º Ato – Vencem os insurgentes
No plenário da Câmara o clima foi tenso. O medo do governo de
que a chapa formada por descontentes das indicações dos líderes partidários
vencesse tomou contra daqueles que são contrários ao impeachment e que viam na
comissão especial a melhor chance de matar o processo de impeachment. Mas o
fato da votação no plenário ser com voto secreto favorecia que os deputados da
base aliada que são favoráveis ao impeachment votassem na chapa da oposição sem
se preocuparem com retaliações. E por fim a votação teve início na Câmara com
uma confusão que por pouco não provocou agressões generalizadas. Partidários do
governo protagonizaram uma cena lastimável ao formar piquetes em frente das
cabines de votação e foi aí que o empurra-empurra com agressões e xingamentos
teve início. O saldo da balbúrdia foram duas cabines da Câmara danificadas e a
chapa da oposição e descontentes eleita por 272 votos para a “Chapa 2” (Chapa
da oposição) contra 199 votos na “Chapa 1” (Chapa dos líderes partidários).
O 3º ato será amanhã
A vitória da Chapa 2 hoje no plenário da Câmara foi uma
vitória incontestável da oposição, que agora possui condições mais claras de
conseguir um relatório favorável ao impeachment ao fim das reuniões da comissão
especial. Mas a chapa eleita possui 39 votos e a comissão especial precisa de
65 parlamentares que precisam respeitar o percentual da representatividade dos
partidos na Câmara. Os líderes dos partidos que faltam indicar seus parlamentares
tem até amanhã às 14h para indicar os 26 deputados para ocupar as vagas
restantes. Esta indicação também será confirmada em uma votação no plenário da
Câmara, e o clima não promete ser melhor que hoje. Após a votação de amanhã,
com a comissão formada, iniciam as reuniões para analisar o pedido de
impeachment. Amanhã, com a instalação da comissão especial o destino do governo
Dilma será definido e pelo ocorrido hoje, não parece favorável com o Planalto.
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